🔨Esporte radical rapel

Uma prática esportiva que proporciona bastante adrenalina e contato com a natureza é o rapel. A técnica de descida em paredes e vãos livres com ajuda de cordas pode ser feita utilizando manobras verticais para passar por obstáculos da natureza, como paredões, cascatas e penhascos.
Encarar uma caverna ou a queda de uma cachoeira, descer um paredão ou uma montanha recém-escalada. Essas são algumas das emoções que o rapel proporciona. Mas ele não é esporte. Não ainda, já que ele ainda não foi reconhecido como uma modalidade esportiva. O rapel é, na verdade, uma técnica para fazer uma descida vertical por meio de cordas criada por “entendidos” em cavernas (espeleologistas) no início do século 20. Para chegar a grutas que ficavam quase escondidas no sul da França, eles desciam presos às pedras que ficavam no alto. “Apesar de o rapel ser amplamente praticado no Brasil, não é considerado um esporte, pois é somente uma técnica. Não há uma federação específica que possa criar regras e, portanto, acredito que demorará um pouco até que isso aconteça”, relata Fábio Senna, proprietário e instrutor de rapel da Limite Vertical (SP).

Hoje, o rapel é usado até nas cidades, para baixar de uma ponte, um viaduto e até de prédios. Mais do que isso, é uma das ferramentas mais importantes para bombeiros e policiais. “O rapel é extremamente importante para esses profissionais, pois pode ser utilizado para acessar espaços confinados e andares de prédios pelo lado de fora, em situações em que não é possível a abordagem pelo lado de dentro. Também muito útil no resgate de pessoas e animais”, esclarece.

Seja qual for a finalidade dessa técnica, a ideia é sobrepujar a gravidade. O praticante fica pendurado por uma corda que possui um freio que controla a velocidade da queda. Como em qualquer atividade, há riscos. São nas manobras de montanha que se verificam o maior número de acidentes. “A maioria dos imprevistos que acontecem no rapel, assim como em qualquer atividade vertical, diz respeito ao despreparo ou imprudência do praticante. Com a disseminação das atividades de aventura e do rapel, muitas pessoas se aventuram a praticar sem o devido conhecimento. Há muitos detalhes técnicos, que envolvem desde o processo de montagem e ancoragem das cordas até as técnicas corretas para que a atividade torne-se segura. Ignorar essas regras pode até levar a fatalidades. O rapel deve ser aprendido em condições controladas, sob a supervisão de um especialista e, antes de ser realizado de forma autônoma, deve ser praticado repetidas vezes para que o praticante ganhe a confiança necessária”, alerta o instrutor.
Técnica

A técnica básica do rapel tradicional consiste em, após estar preso com o freio oito na corda, manter as pernas afastadas, para manter o equilíbrio, e semiflexionadas, para gerar maior controle na descida. Deve-se forçar a região do quadril para trás, mantendo os pés um pouco à frente e utilizando a planta do pé para descer durante a atividade. Segundo Senna, não se deve usar as pontas do pé para descer, evitando, assim, escorregões. “A mão deve segurar a corda e ficar atrás, junto ao corpo, para controlar a velocidade e não deve soltar a corda”, afirma ele. Já a mão esquerda pode ficar segurando a corda, acima do freio 8, já que não é preciso fazer força com a mão esquerda. “Para frear, basta segurar a corda um pouco mais forte com a mão direita. Quem é canhoto, claro, deve inverter a posição das mãos.” De acordo com Senna, deve haver uma pessoa (um instrutor) na base que possa frear a descida do praticante no caso de ele soltar a corda.
Equipamento

1. Capacete: deve ser sempre usado onde há risco de queda de objetos. “Mesmo quem está embaixo fazendo a segurança não pode retirá-lo, pois corre o risco de quedas de chaves, moedas, celulares, canivetes etc. dos praticantes que estão descendo e deixam esses objetos nos bolsos”, alerta Senna.

2. Roupa de neoprene: proporciona isolamento térmico, assim como proteção contra arranhões. “É muito utilizada no canionismo devido ao tempo que se passa dentro do rio e à baixa temperatura da água. No cascading, dependendo da época do ano, não é necessário, pois é feita apenas uma descida na cachoeira.”

3. Calçado: há calçados específicos para essa modalidade, mas pode-se também usar uma bota de trekking. Deve ter sola antideslizante e cano alto, para proteger o calcanhar.

4. Cadeirinha: também chamada de bouldrier, é imprescindível para o rapel. “Há modelos específicos para cada atividade, mas um único modelo pode ser utilizado para todas elas. O que geralmente as diferencia é o conforto que cada uma proporciona ou a facilidade na secagem, quando se usa em cachoeiras”, explica.

5. Mochila: usada para levar os equipamentos e cordas.

6. Freios: elemento-chave na hora de fazer rapel. O mais comum e de preço mais acessível é do freio oito.

7. Anéis de fita: podem ser utilizados para se fazer a ancoragem e também como uma fita de autosseguro do praticante, para que ele possa ficar preso até que se coloque o equipamento.

8. Mosquetão: serve para fazer a ancoragem das cordas, para prender o freio oito na cadeirinha, para carregar objetos presos a ela e para o uso em trabalhos verticais. Pode ser feito de aço ou de alumínio e possuem travas. Os mosquetões de aço são usados em trabalhos verticais e os de alumínio, mais leves, nas atividades esportivas. Sua resistência ultrapassa 2 000 kg.
Depois do rapel….

Faça esta sessão de alongamento ao terminar o rapel. Mantenha cada posição por 20 s e não force.

1. Flexione um joelho e leve a perna para trás, mantendo o calcanhar junto ao glúteo. Mantenha os dois joelhos próximos e alinhados.

2. Leve uma perna à frente e alongue-a. Incline o tronco, aproximando o abdômen da coxa e mantendo as costas retas. Segure o pé pela ponta, aproximando-o de você.

3. Segure um dos joelhos com as duas mãos e aproxime-o do peito, mantendo o equilíbrio.

4. Com as pernas bem afastadas e os pés para fora, coloque as mãos sobre os joelhos e incline o tronco para frente, com as costas retas. Desça um ombro, mantendo o braço estendido ao mesmo tempo em que pressiona a perna para fora. Execute o movimento para os dois lados.

5. Leve um perna à frente, flexionando-a sem que o joelho ultrapasse a ponta do pé. Alongue a perna de trás, mantendo a planta do pé em contato com o chão para que o gêmeo seja alongado.
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